Celebramos o Dia Internacional da Mulher com essa entrevista que ressalta a importância da figura feminina no mercado de trabalho. Conheça Aline Martinez, nossa diretora administrativa!
De acordo com dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), as mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho, especialmente no setor industrial. Somando todas as áreas possíveis de atuação, hoje em dia, elas correspondem a 32% da força de trabalho; muitas em cargos de liderança. Nas fábricas, por exemplo, a participação feminina cresceu cerca de 14,3% nos últimos 20 anos, conforme informações do Ministério do Trabalho e Emprego. Mas, por que a importância de tais dados?
Podemos dizer que são dois motivos: primeiramente, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje, dia 08 de março. Também, para ressaltarmos o espaço que a mulher vem conquistando ao longo de anos e anos com muito empenho e dedicação. A Coppi é um exemplo vivo, já que a empresa tem, inclusive, em sua diretoria, uma mulher: Aline Martinez. Isso sem contar que uma das fundadoras da empresa, Sonia Martinez, é parte integrante e ativa na direção da empresa até hoje.
A própria Aline é quem participa dessa entrevista, que aborda a sua caminhada até chegar à diretoria da empresa desde quando começou a trabalhar. Aline contou sobre suas dores e conquistas ao longo de anos em um segmento considerado prioritariamente masculino até alguns atrás. E deixou um recado importante para as mulheres que ainda estão começando a vida profissional. Confira!
Qual é a participação da mulher na Coppi desde a sua fundação?
Aline Martinez: A Coppi tem participações femininas desde a sua fundação. A empresa foi inaugurada em 1984 pelo senhor Paulo Roberto Martinez. No entanto, logo em seguida, a esposa dele, Sonia Martinez, foi trabalhar com ele, tornando-se uma das responsáveis pela administração dos negócios. O que não era muito comum nos anos 80, quando a mulher ocupava cargos secundários nas empresas, nunca como protagonista.
Mas, e hoje?
Em 2012, assumi a diretoria administrativa e, hoje, conto com uma equipe muito competente ao meu lado. Por sinal, uma equipe mista de homens e mulheres, cujo objetivo é exatamente este: mostrar que todos são capazes e, juntos, desempenhamos um trabalho ainda melhor.
No que diz respeito ao setor de manutenção em que a Coppi atua, como você vê a participação feminina em um contexto geral, incluindo diversas empresas?
Ainda existem poucas mulheres trabalhando com manutenção, mas o número vem crescendo – essa é a boa notícia. Já encontramos mulheres soldadoras, encanadoras, instrumentistas, etc. Aliás, o setor de engenharia tem mostrado uma quantidade significativa de mulheres atuantes. E eu digo em relação às diferentes vertentes da profissão: civil, mecânica, elétrica etc.
Como profissional feminina em um setor prioritariamente “masculino”, você tem alguma curiosidade para contar?
Sim! Algo que me chama atenção até hoje. Quando comecei a trabalhar, costumava visitar clientes e parceiros, incluindo as linhas de produção. Na maioria das vezes, não havia toaletes femininos em todos os setores – normalmente, apenas na recepção. Hoje, eles já estão presentes, o que mostra a mudança do cenário nas empresas de diferentes segmentos.
Para você, como a figura feminina impacta o mercado industrial?
De diferentes formas e todas positivas! A mulher tem características peculiares que ajudam no desempenho de diversas funções. Entre elas, sensibilidade, empatia, jogo de cintura e a capacidade de resolver várias questões ao mesmo tempo. Não que os homens não tenham suas aptidões. São imensamente capazes também. Mas, como estamos homenageando as mulheres, faço questão de ressaltar nossas qualidades (riso). Aliás, manutenção é um trabalho que exige muita atenção e sensibilidade, o que as mulheres têm de sobra. Por isso são extremamente capazes neste segmento também.
Você acredita que o setor industrial vem abrindo mais espaço para as mulheres? Em que sentido? Quais áreas?
Acredito que sim! Falta muito ainda, mas estamos caminhando. Vejo as áreas de engenharia como as de maior destaque.
Você, como mulher, sente alguma dificuldade em liderar equipes compostas por homens?
Não digo dificuldade no sentido literal da palavra, mas os desafios são maiores. Embora minha vida profissional tenha começado na empresa da minha família, sempre tive que provar minhas próprias capacidades. Eu mesma me cobrava para conquistar meu próprio lugar. Quando me tornei uma das diretoras da Coppi, senti que precisava trabalhar ainda mais para mostrar meu valor. Já sofri muitos preconceitos por ser mulher, mas tirei de letra e continuo defendendo a importância de trabalhar com profissionais capazes, independentemente do gênero. Podemos dizer que o ramo de manutenção começou com homens, mas tem muito a ganhar com as mulheres também.
Em relação a fornecedores e clientes da Coppi, você nota uma participação considerável de mulheres no mercado? Mais como líderes ou subordinadas?
Sim. Muitas mulheres em cargos de liderança. Mas ainda são maioria nos setores de backoffice, ou seja, nos departamentos de recursos humanos, financeiro, administrativo etc. Há também mulheres nas áreas de engenharia de aplicação, conforme já disse, com largo conhecimento técnico. Algumas na liderança de plantas fabris, inclusive.
Quais dicas você daria às mulheres que desejam trabalhar ou já trabalham no segmento industrial?
O universo industrial sempre me encantou muito, por isso, nunca desisti dele. Apesar dos desafios, não se deve perder o foco. As dificuldades estão diminuindo graças às mulheres que vieram antes de nós e provaram ser tão competentes quanto os homens. Mas elas ainda existem. Por isso, não se deixe abalar, não aceite preconceitos e, embora eles aconteçam, não leve para o lado pessoal. Mantenha seus propósitos e busque pela realização dos seus sonhos. Somente você pode avaliar sua própria competência. Não desista!