A hidráulica e a pneumática podem ser encontradas nos mais diversos setores e equipamentos e tornam a atividade industrial muito mais fácil e rápida. Atualmente, as empresas já investem no desenvolvimento de produtos e componentes em território nacional e focam em inovação e pesquisa.
Mercado
Segundo dados da Câmara Setorial de Equipamentos Hidráulicos, Pneumáticos e Automação Industrial (CSHPA) da Abimaq, em 2012, houve um aumento entre 1 e 2% no faturamento de equipamentos hidráulicos e pneumáticos no Brasil, chegando a um valor de R$ 1,5 bilhão. Desse total, cerca de um terço está relacionado à importação e 15% à exportação.
“Não tivemos um crescimento expressivo do setor, porque a indústria de caminhões sofreu bastante e afetou a venda de equipamentos e componentes hidráulicos”, comenta o presidente da CSHPA, Waldomiro Modena Filho. Ele afirma que 2013 já apresenta bons sinais. “Temos a expectativa de crescimento de 10% do setor neste ano, chegando à marca de R$ 1,7 bilhão”, calcula.
Para Waldomiro, um dos obstáculos para o desenvolvimento do setor é que a indústria brasileira de pneumática e hidráulica ainda depende de muitos componentes do exterior. Os componentes mais tecnológicos vêm de países como Alemanha, Estados Unidos e Japão, já os mais simples costumam vir da China.
Para ganhar competitividade, “o setor tem que se preocupar em termos de normas, competência e qualidade de seus produtos”, afirma. Há cinco anos, a CSHPA trabalha na nacionalização das normas relativas ao setor H&P. “Agora estamos em contato com SENAI, IPT e outros centros de pesquisa para configurar o laboratório para testar componentes nacionais. Essa etapa deve ser concluída em até dois anos”, explica o presidente.
Nos últimos três anos, a CSHPA teve um aumento de 8% no número de associados, que hoje somam quase 70 indústrias do setor.
Indústrias
Uma das associadas da CSHPA é a Norgren. Com experiência de mais de 80 anos em soluções para automação industrial e uma rede que alcança 75 países, a Norgren trabalha com soluções de automação pneumática e controle de fluidos. No Brasil, atua há 38 anos e conta com cerca de 230 funcionários.
Em 2012, as vendas globais da Norgren tiveram um aumento de 3%, alcançando a marca dos R$ 6,6 bilhões. “Como atuamos mais fortemente no setor de caminhões e o segmento teve queda de 20% nas vendas e 40% na fabricação devido às normas do Euro 5, foi um ano muito difícil para a Norgren”, explica o presidente da empresa no Brasil e América Latina, Ricardo Rodrigues. Atualmente, o setor de caminhões responde por 50% do faturamento da Norgren Brasil, que desenvolve uma série de produtos e tecnologias para a área automotiva. São válvulas e conexões que controlam o ar pressurizado dentro do caminhão e podem atuar em vários sistemas do veículo.
O presidente cita que um dos últimos produtos desenvolvidos deste segmento são as válvulas proporcionais para controle de ajuste do turbo, que ajudam a atender a legislação do Euro 5, diminuindo a emissão de gás carbônico e contribuindo para a eficiência energética.
Segundo Rodrigues, os produtos asiáticos vêm ganhando espaço no Brasil e com um preço muito abaixo dos praticados no mercado nacional. “Focamos em agregar valor aos nossos produtos, tentamos diferenciá-lo da concorrência através da qualidade”. Um exemplo disso é que a Norgren está desenvolvendo cilindros pneumáticos com válvulas de controle com inteligência integrada. O produto é voltado, principalmente, para a indústria de alimentos, pois é mais fácil de desmontar e limpar, por exemplo, por não possuir tantos mecanismos.
Rodrigues conta ainda que, em 2012, eles aumentaram 50% do tamanho da única fábrica da Norgren no Brasil, localizada em Santo Amaro (SP). Para este ano, o foco está no aumento de profissionais na área de engenharia, que hoje são 20. “Queremos ampliar em 20% o número de engenheiros, mas é muito difícil encontrar mão de obra qualificada neste segmento, assim como em tantas outras áreas de engenharia. Queremos formar profissionais que sejam referência no mercado”, defende. Ele afirma que cada engenheiro desenvolve três a quatro projetos ao mesmo tempo, com duração de seis meses a um ano cada um, dependendo da complexidade.
No desenvolvimento de novos produtos, o presidente da Norgren explica que a empresa trabalha em conjunto com as necessidades do mercado. “Os engenheiros, muitas vezes, trabalham alocados na indústria para saberem realmente o que o cliente precisa”, afirma. Segundo Rodrigues, a grande vantagem de se estar em um segmento predominantemente de empresas globais é que ocorre a amplificação. “Na Norgren, as soluções de automação pneumática criadas no Brasil são reaproveitadas em outros contextos e países e vice-versa”, explica.
O mesmo acontece na Parker Hannifin. Com vendas anuais superiores a US$13 bilhões no ano fiscal de 2012, a Parker trabalha com tecnologias voltadas a movimento e controle, fornecendo soluções de engenharia de precisão para uma grande variedade de mercados; com ênfase em equipamentos “mobil” (construção, rodoviário e agrícola), transportes industriais e aeroespaciais. Há mais de 40 anos no Brasil, a empresa tem investido fortemente no mercado de filtração nos últimos sete anos.
Em março deste ano, a Parker Hannifin inaugurou sua oitava fábrica no país. A nova unidade é dedicada à fabricação de filtros e acessórios hidráulicos para a indústria de transformação, equipamentos para construção civil, equipamentos agrícolas e rodoviários. Após a fusão com a HDA Acessórios e Equipamentos, em 2011, a Parker se tornou a maior fabricante de filtros hidráulicos da América Latina.
Por Manufatura em Foco
Fonte:ABIMAQ