Entre os principais riscos estão ignições espontâneas até explosões violentas
Diversos sistemas industriais e segmentados (como a área da saúde) operam com oxigênio. Embora sejam processos diferentes, existe uma questão em comum entre eles: não há margem para erros. Considerado um gás vital, o oxigênio deve ser administrado com muito cuidado para que sua aplicação seja efetiva. Uma das medidas é a limpeza adequada dos instrumentos que tem contato com ele
Segurança, eficiência e conformidade são três pilares importantes para toda empresa que trabalha com oxigênio. Continue a leitura e entenda o que, de fato, é essa limpeza e o porquê ela é tão importante. Aqui você também confere o passo a passo de acordo com as normas vigentes.
Limpeza para uso em oxigênio: reativo, não inflamável
É exatamente isso. Muita gente não sabe, mas o oxigênio não é inflamável; e sim, é reativo. O que isso quer dizer? Quando puro ou pressurizado, esse gás atua como um catalisador em reações de combustão. Ou seja, na presença de qualquer tipo de contaminante orgânico, como graxa, óleo, poeira, fiapos, partículas metálicas e fluidos diversos, ele pode reagir de maneira perigosa.
Entre os principais riscos estão ignições espontâneas até explosões violentas. O motivo? O aumento súbito da pressão, chamado de compressão adiabática. Vemos, então, que a limpeza de todos os componentes para uso em oxigênio não pode ser considerada uma opção. Trata-se de uma exigência técnica para preservar a integridade dos sistemas operacionais e, principalmente, dos operadores.
Quais são as normas que regem a limpeza para uso em oxigênio?
Diversas normas internacionais foram criadas especificamente para o estabelecimento de diretrizes acerca da limpeza dos componentes destinados a operar com oxigênio. Três delas a Coppi compartilha abaixo, uma vez que segui-las é muito mais do que o cumprimento de protocolos, mas uma garantia de que todos os processos funcionem com o menor risco possível:
1. CGA G4.1
Essa norma existe para a definição dos procedimentos mais seguros de limpeza de equipamentos que operam com oxigênio.
2. ASTM G93
Por sua vez, essa ASTM estabelece os níveis de limpeza aceitáveis, bem como alguns métodos de verificação do respectivo processo.
3. ISO 15001
Já a ISO 15001 é especialmente aplicável aos sistemas de gases utilizados em ambientes médicos e industriais, incluindo de oxigênio.
Passo a passo para a limpeza dos componentes
O processo de limpeza dos componentes que trabalham com oxigênio deve ser detalhado e cuidadosamente inspecionado. É importante seguir passo a passo cada tarefa para garantir eficácia. Acompanhe!
1. Desengraxe e primeira limpeza
O primeiro passo consiste na remoção dos resíduos orgânicos constantes no respectivo componente. Para essa atividade, é preciso usar solventes específicos. Em seguida, lava-se a peça com detergente neutro ou alcalino. Existe também a possibilidade de utilizar um aparelho de ultrassom para alcançar áreas de difícil acesso.
2. Enxágue
No segundo passo é feito um enxágue com água desmineralizada ou mesmo solvente isento de resíduos. O objetivo é garantir que não haja qualquer possibilidade de contaminação cruzada.
3. Secagem
A secagem é a terceira etapa. Ela pode ser feita em estufas com ar quente ou também em câmaras de vácuo. É fundamental evitar qualquer tipo de risco que possa recontaminar o componente em processo de limpeza.
4. Inspeção
O processo de limpeza dos componentes que utilizam oxigênio deve ser inspecionado. Essa tarefa é o quarto passo e deve ser feita sob luz branca e ultravioleta. Ambas ajudam a identificar qualquer resíduo invisível a olho nu. Alguns deles são vestígios de óleo, graxa ou poeira.
5. Embalagem
Após os quatro passos anteriores, chegou a vez da embalagem. Assim que aprovados na inspeção, os componentes devem ser lacrados com tampões e embalados. É preciso colocar algum tipo de aviso na embalagem, como “oxygen service – use no oil” (no português, serviço de oxigênio, não utilize óleo).
Análises laboratoriais
Mesmo após todas as etapas de limpeza, incluindo a inspeção, o componente só é liberado para o uso após algumas análises laboratoriais. Entre elas, o teste gravimétrico que avalia resíduos sólidos não voláteis, e a análise de partículas, capaz de encontrar, inclusive, as suspensas. Tem ainda a espectroscopia UV, que detecta traços de compostos orgânicos, além do teste com luz negra, para revelar se há algum resíduo de graxa e óleos orgânicos, por exemplo.
Coppi oferece soluções certificadas
O catálogo de produtos da Coppi inclui opções de fabricantes reconhecidos mundialmente, como Ashcroft e Emerson, que oferecem, mediante solicitação, componentes com limpeza certificada para uso com oxigênio, conforme normas internacionais.
Ashcroft
A Ashcroft fabrica manômetros como a série 1279 Duragauge®, projetada para aplicações industriais exigentes e que pode ser fornecida com limpeza certificada para oxigênio, mediante solicitação no pedido. Entre outros produtos disponíveis com essa mesma possibilidade estão o amortecedor de pulsação modelo AM, que protege instrumentos contra variações bruscas de pressão; e as válvulas agulha e manifolds da linha VM, amplamente aplicados no isolamento de instrumentos em processos químicos.
Emerson
A Emerson, por meio das linhas ASCO e TESCOM, oferece válvulas e reguladores que podem ser preparados especialmente para aplicações com oxigênio, conforme normas internacionais. Essa preparação, quando solicitada, inclui processos internos de limpeza aprimorada, inspeção técnica e procedimentos adicionais para garantir a compatibilidade com oxigênio puro ou pressurizado. Em especial, válvulas solenoides das séries 210, 262 e 263, além das válvulas piloto-operadas das séries 342 e 344, podem ser configuradas com materiais compatíveis (como FPM e Neoprene) e acabamentos como níquel químico, favorecendo a segurança e a integridade do sistema.
Os produtos fornecidos pela Coppi são provenientes de fabricantes reconhecidos e, sempre que aplicável, podem ser acompanhados de documentação técnica e certificações exigidas pela aplicação do cliente. Em casos de uso com oxigênio, é fundamental solicitar previamente a preparação específica junto ao fabricante, conforme as normas vigentes, como CGA G4.1 e ASTM G93.
Nosso compromisso é oferecer soluções seguras, confiáveis e alinhadas às melhores práticas da indústria. A limpeza para aplicações com oxigênio não é um detalhe burocrático — é uma exigência técnica crítica para garantir a integridade do processo e a segurança operacional. Fale com nosso time técnico e conte com a Coppi para especificar o que realmente faz a diferença no seu sistema.
